No último mês, a turma 03/25 Madre Teresa da ASSPROM participou de uma visita guiada à exposição “Um grão de domingo”, do cineasta e artista visual Cao Guimarães, em cartaz no Centro Cultural Unimed, com curadoria de Luisa Duarte e Lucas Alberto. A mostra convida o público a desacelerar e a mergulhar em um ritmo mais contemplativo, inspirado pela serenidade dos domingos.
“Partimos de um território poético, na tentativa de trazer um olhar que mira o avesso do espetacular”, afirma Cao. Para o artista, a exposição traz experimentações do tempo e “tece uma temporalidade dilatada”. Aqui, o tempo mais lento e menos útil é o fio condutor da experiência proposta.
A seleção de obras expostas em “Um grão de domingo” traça um panorama histórico da trajetória de Cao Guimarães, reunindo cerca de 15 trabalhos em distintos suportes, com ênfase na fotografia, mas também contemplando vídeo e instalação. Entre eles, estão obras reconhecidas, como Gambiarra — em versão ampliada — e Plano de Voo, além de três inéditas: Guardião do Tempo, Rolezinho e Clinamen. Em todos, a repetição, a observação e o movimento constante aparecem como temas centrais.
Durante a visita, os adolescentes da ASSPROM foram instigados a refletir sobre a finitude da vida e sobre a importância das pausas no cotidiano. Por meio das obras, puderam experimentar diferentes percepções do tempo — como dilatações, alongamentos e novas formas de editar a própria presença no espaço.
O jovem Eduardo Correia Ramos destacou como a experiência despertou reflexões profundas:
“Foram trabalhados assuntos sobre a vida em si e também sobre o final dela, que pode ter vários significados. Compreendi que existem vários meios de enxergar a morte, como cada um conceitua sobre a própria vida e vários elementos percebidos na vida.”
As atividades foram conduzidas pelo Educativo Malacaxeta, que promoveu dinâmicas de sensibilização. A proposta estimulou narrativas poéticas e provocadoras entre os aprendizes, criando um ambiente de escuta, reflexão e imaginação.
Mais do que uma visita cultural, a ação se transformou em um exercício de presença e sensibilidade, ampliando os olhares dos jovens sobre o cotidiano e despertando novas formas de vivenciar o tempo.