A Assprom promoveu, ao longo de todo o mês de setembro, o curso “Imprimindo Identidade: Impressão 3D, Arte e Cultura”, uma experiência que combinou aprendizado tecnológico e reflexão sobre identidade, cultura e território. A formação reuniu 20 jovens, entre adolescentes trabalhadores e aprendizes, e foi ministrada pelos educadores Hugo Lima e Adriana Carla.
O curso teve como objetivo principal integrar a formação técnica em tecnologias digitais com uma reflexão crítica sobre identidade, território e pertencimento. Ao longo de dez aulas, os participantes percorreram um itinerário formativo que se iniciou com a desconstrução do conceito de identidade, contrastando a rigidez dos documentos oficiais com a fluidez da subjetividade.
Durante os encontros, os jovens participaram de atividades que relacionaram tecnologia, arte e memória coletiva, explorando temas como espaços de afeto e de conflito, cultura das favelas e a história de Belo Horizonte. A proposta pedagógica articulou conceitos de arte, cultura, história e sociologia ao manejo de ferramentas como modelagem e impressão 3D, mesas digitalizadoras e plataformas de design, promovendo uma aprendizagem significativa e multidimensional.
Uma das etapas do curso incluiu uma visita ao Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), que proporcionou um contato direto com a memória da cidade, servindo de base para exercícios de desenho técnico e modelagem 3D do edifício. A experiência ampliou o olhar dos participantes sobre o território e a história da capital mineira.
As discussões também foram inspiradas na obra do artista Hélio Oiticica, referência na arte contemporânea brasileira por abordar a relação entre corpo, território e liberdade. A partir dessas reflexões, cada participante foi convidado a criar o seu “museu pessoal”, apresentado em formato de slides com registros de lugares, pessoas e objetos que representam sua identidade e sua história.
Entre os depoimentos dos participantes, a fala de Kamilly sintetiza o impacto da experiência:
“Sem dúvidas, imprimindo identidade eu conheci uma parte de mim que eu nem sabia que existia.”
Ao serem perguntados sobre o que aprenderam sobre identidade, território e pertencimento, o aprendiz Christian refletiu:
“O local onde nascemos acaba por definir nossa identidade, até como classe social perante a sociedade. E, ao transformar nosso território, transformamos nossa identidade junto, permitindo nos sentir mais unidos num todo.”
O encerramento do curso contou com a exposição de modelos 3D produzidos pelos grupos, representando pontos marcantes de Belo Horizonte, como praças, parques e locais que fazem parte de suas vivências cotidianas.
Segundo os educadores, o objetivo foi estimular o protagonismo juvenil e o olhar crítico sobre o território, unindo técnica e sensibilidade na construção do conhecimento.
O “Imprimindo Identidade” reforça o compromisso da Assprom com a formação integral dos jovens, estimulando o desenvolvimento de competências técnicas, culturais e socioemocionais.